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Placa de vídeo integrada e dedicada: qual a diferença?

Entenda a diferença entre os tipos de placa de vídeo e para que são indicadas!

Avatar de: Felipe Vidal

Por Felipe Vidal via nexperts

09/01/2023 23h06min · Atualizado em 30/03/2023 13h16min
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Ter uma placa de vídeo boa (ou GPU) é o sonho de qualquer jogador: seja para encarar o cenário competitivo ou se aventurar por jogos cinemáticos. Por outro lado, o componente também é desejado por diversos profissionais na indústria, tornando a placa de vídeo praticamente indispensável em um computador moderno.

Nesse contexto, em meio a tantas opções, certas dúvidas ainda intrigam os consumidores: o que é uma placa de vídeo integrada e uma placa de vídeo dedicada? Qual é mais cara? Há diferença de desempenho?

Pensando nisso, o Baixaki explica tudo sobre esses tipos de placa de vídeo nesta matéria especial. Confira!

Placa de vídeo dedicada

Começando pela variante mais popular, as placas de vídeo dedicadas são voltadas para computadores e indicadas para os gamers ou profissionais que exigem maior processamento gráfico. Elas podem ser adquiridas livremente no varejo, em diferentes opções de fabricantes, e encaixadas na conexão PCIe da placa-mãe.

Os modelos de placa dedicada também podem ter diversas formas, porém, é muito comum encontrá-los com ao menos duas ventoinhas.

Além disso, há estruturas para resfriá-los, o acabamento plástico e o próprio chip que faz tudo funcionar — fatores que ditam seu preço e consumo energético.

Gigantesca, a RTX 4090 é a placa de vídeo dedicada mais poderosa da atualidade, custando mais de US$ 1.500 — cerca de R$ 8 mil, na conversão direta. (Fonte: Asus / Divulgação)
Gigantesca, a RTX 4090 é a placa de vídeo dedicada mais poderosa da atualidade, custando mais de US$ 1.500 — cerca de R$ 8 mil, na conversão direta. (Fonte: Asus / Divulgação)

Esse tipo de peça é vendida separadamente e não costuma aparecer em computadores pré-montados disponíveis no mercado. Embora algumas empresas ofereçam placas de vídeo dedicadas em produtos dessa categoria, esses serviços são raros no território nacional.

Independente da plataforma, o objetivo desses componentes é fornecer poder gráfico para que o usuário possa rodar games ou tarefas complexas — como processamento de dados, projetos com elementos visuais, renderizações digitais e muitos mais. Com ligeiras diferenças, por conta das limitações físicas, o mesmo vale para os notebooks.

Nos dispositivos desse tipo, que costumam ser mais caros que as variantes comuns, as placas de vídeo dedicadas costumam ser alocadas diretamente na placa-mãe, ao lado do processador (CPU).

Apesar do formato inusitado, o componente ainda funciona como sua contraparte "tradicional", utilizando sua própria memória e banda de processamento.

Placas dedicadas trabalham paralelamente ao processador, auxiliando o componente em situações complexas. (Fonte: ROG, Baixaki / Reprodução)
Placas dedicadas trabalham paralelamente ao processador, auxiliando o componente em situações complexas. (Fonte: ROG, Baixaki / Reprodução)

Entretanto, é importante ressaltar que há um aumento significativo no consumo energético junto dos ganhos de desempenho. Por consequência, quanto mais energia é necessária no funcionamento de um sistema, mais calor é produzido, exigindo soluções mais robustas de resfriamento

Tratando-se dos notebooks e dispositivos móveis, esses fatores podem significar uma redução de até 20% no desempenho de uma placa de vídeo dedicada, quando comparada à integrada — veja mais dados no tópico a seguir. 

Placa de vídeo integrada

Curiosamente, as placas de vídeo integradas são mais comuns que suas alternativas dedicadas, embora menos populares. Esses componentes equipam computadores mais simples, auxiliando nas tarefas cotidianas como a navegação pela internet, o preenchimento de planilhas e trabalhos acadêmicos.

Contextualizando, na prática, os anúncios de venda para dispositivos com esses componentes trazem apenas informações a respeito do processador e da memória equipada, sem mencionar a capacidade gráfica.

Por exemplo, é muito comum ver ofertas como "Notebook com processador Intel Core i3, 8 GB de RAM e 256 GB de SSD", mas como localizar a placa de vídeo nesse sistema?

Placas de vídeo integradas são úteis para tarefas simples e rotineiras. (Fonte: Intel / Reprodução)
Placas de vídeo integradas são úteis para tarefas simples e rotineiras. (Fonte: Intel / Reprodução)

Como o próprio nome sugere, a placa de vídeo integrada pertence ao processador do dispositivo. Durante seu desenvolvimento, as fabricantes equiparam a CPU com um chip gráfico, com o intuito de simplesmente permitir o envio de sinal vídeo para os monitores — afinal de contas, se não há placa de vídeo, não há como produzir imagem.

Quase por norma, todos os notebooks no mercado nacional possuem uma placa de vídeo integrada. Entretanto, o mesmo sistema também pode ser equipado com uma placa de vídeo dedicada, que será apenas utilizada nas aplicações mais complexas.

Já nos computadores de mesa, nem todo processador possui uma placa integrada. As principais fabricantes, AMD e Intel, desenvolveram nomes próprios para indicar quando há essa integração. 

No caso da AMD, só há placa de vídeo integrada nos processadores com final G, como o Ryzen 3 3200G e o Ryzen 5 5600G. No entanto, com o recente lançamento dos processadores da série Ryzen 7000, todos os próximos modelos da empresa contarão com gráficos integrados.

Diagrama de um processador AMD com placa integrada, representado pela estrutura azul na vertical. (Fonte: Ars Technica / Reprodução)
Diagrama de um processador AMD com placa integrada, representado pela estrutura azul na vertical. (Fonte: Ars Technica / Reprodução)

No caso da Intel, ocorre justamente o inverso. Todos os processadores da Intel possuem vídeo integrado, com exceção dos modelos com o final F — como o Core i3-10100F ou o Core i5-12400F.

Embora sejam mais baratos, esses processadores não conseguem transmitir imagens para os monitores e necessitam de uma placa de vídeo dedicada para funcionar.

Qual a diferença entre placa de vídeo integrada e dedicada?

A grande diferença entre a placa dedicada e a integrada fica por conta do desempenho final, principalmente em jogos e aplicações mais complexas.

No caso da placa de vídeo integrada, não há potência suficiente para rodar tarefas mais pesadas, inviabilizando a experiência de uso. Da mesma maneira, o processador também não possui desempenho suficiente cobrir essa falta, já que a competição por espaço com a GPU limita suas possibilidades.

Durante um jogo, por exemplo, a placa de vídeo precisa de memória para carregar as texturas, mas a única memória disponível é a RAM — que também é compartilhada pelo processador.

Assim, os dois componentes lutam por recursos, resultando na perda geral de desempenho. Dessa maneira, as placas integradas podem ser somente recomendadas para tarefas simples e rotineiras, sem muitas exigências.

Já uma placa de vídeo dedicada, por outro lado, possui um conjunto de recursos exclusivos — além de "espaço" para trabalhar. 

Ao encarar uma tarefa complexa, o processador operará individualmente, consumindo apenas a RAM do sistema; enquanto isso, a placa de vídeo utilizará sua própria memória, consumo energético e soluções de resfriamento. Com esse cenário, há uma experiência mais fluída e recomendável de uso para jogos e trabalhos exigentes.

Qual a diferença da placa de vídeo para notebook e computador?

Uma dúvida também muito comum trata-se da diferença de uma placa de vídeo de notebook e computadores de mesa. Embora as fabricantes, de fato, ofereçam opções de componentes com o mesmo nome para diferentes plataformas, ainda há certas particularidades entre elas.

O canal Jarrod'sTech testou uma RTX 3070, um dos modelos mais populares da NVIDIA, em um computador e comparou os resultados com os obtidos em notebooks com o mesmo componente. Nos testes em 17 games, foi constatado que a RTX 3070 de computador é cerca de 28% mais potente que sua variante móvel.

Apesar do breve escopo comparativo, é possível constatar que há diferença entre as versões da mesma placa de vídeo, que se estendem também para outros modelos, independentes da marca. Veja as métricas de diferença de desempenho (em porcentagem) por jogo:

Os testes foram realizados na resolução Quad HD (1440p), com qualidade máxima. (Fonte: Jarrod'sTech / Reprodução)
Os testes foram realizados na resolução Quad HD (1440p), com qualidade máxima. (Fonte: Jarrod'sTech / Reprodução)

Nesse contexto, o grande vilão é a limitação de espaço. Enquanto a RTX 3070 e as demais placas de desktop possuem uma montagem própria, a variante móvel ainda precisa compartilhar as soluções de arrefecimento utilizadas pelo processador.

Além disso, seu chip é mais fino e geralmente menor, exigindo que as fabricantes diminuam algumas características, como as frequências, contagem de núcleos e o consumo energético. Confira o comparativo na tabela abaixo:

Variantes da RTX 3070 para computador consume mais energia que sua versão para notebooks, algo que limita seu desempenho, mas melhora sua eficiência térmica. (Fonte: Felipe Vidal, Baixaki)
Variantes da RTX 3070 para computador consume mais energia que sua versão para notebooks, algo que limita seu desempenho, mas melhora sua eficiência térmica. (Fonte: Felipe Vidal, Baixaki)

Enquanto nos notebooks a RTX 3070 pode consumir entre 80W a 125W de energia, a RTX 3070 de desktop pode desfrutar de até 220W. A diferença de consumo limita o desempenho, mas também mantém a produção de calor em níveis gerenciáveis pela estrutura e pelo sistema de resfriamento.

Preço e custo-benefício

Além de todas as informações, há outro importante fator: o preço. Sem rodeios, uma placa dedicada é mais cara, já que oferece mais benefícios e pode ser utilizada em tarefas mais complexas.

Atualmente, no Brasil, é possível encontrar modelos de placa de vídeo eficientes na faixa dos R$ 1.600, enquanto os modelos mais poderosos podem chegar até os R$ 10 mil.

No caso dos notebooks, há opções mais básicas com placas de vídeo dedicadas a partir de R$ 3.800, enquanto algumas alternativas mais poderosas podem beirar os R$ 20 mil, pelo benefício da portabilidade. Em média, notebooks gamer com bom custo-benefício podem ser adquiridos por preços a partir de R$ 4.300.

Por terem um desempenho bem contido, é possível adquirir processadores com vídeo integrado a partir dos R$ 700 em promoções.

No caso dos notebooks, há opções desse tipo perto da faixa dos R$ 1000, com modelos mais equipados chegando a R$ 3.000 — que também costumam oferecer maior custo-benefício.

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