Placa de vídeo NVIDIA GTX e RTX: qual a diferença?

As placas de vídeo ou GPUs são um dos principais componentes em um computador moderno, especialmente com os aplicativos e jogos cada vez mais exigentes. Nesse cenário, a norte-americana NVIDIA é a marca que mais se destaca, oferecendo uma ampla linha de produtos.

Porém, com tantas opções e nomenclaturas disponíveis, uma dúvida pertinente pode surgir: o que são as placas de vídeo da série GTX e RTX?

Neste artigo, o Baixaki explica as diferenças entre elas, além de tirar outros questionamentos comuns, como qual das duas é melhor, as mais recentes e as tecnologias únicas em cada uma. Confira!

Antes da explicação, é necessário entender sobre uma pequena parte da história da NVIDIA. Em 1999, sete anos após a fundação da empresa, foi lançada a GeForce 256, a primeira placa de vídeo de alto desempenho criada.

No entanto, apenas em 2005 a primeira placa GTX veio ao público: A NVIDIA GeForce 7800 GTX. Inicialmente, a sigla GTX era chamada de apenas GT, ou "Giga-Texel", que representava o aumento no cálculo das texturas de uma determinada aplicação.

Porém, para enfatizar uma sensação de poder e desempenho ainda maior, a empresa adicionou a letra X, uma alusão à palavra "Extreme" — "extremo", em português. Então, GTX é um acrônimo para Giga-Texel Extreme, e todas as placas com esse nome teriam um alto poder de processamento gráfico.

De 2005 a 2019, praticamente todas as placas da NVIDIA seriam chamadas de GTX, junto de um número de série. Durante todos esses anos, a companhia lançou mais 14 famílias de placas de vídeo.

A principal exceção era a linha Titan, voltada para entusiastas, e a linha Quadro, criada para data-centers e estações de trabalho.

Confira abaixo todas as séries pertencentes à família de placa de vídeo Nvidia GeForce GTX:

• GeForce série 7 GTX
• GeForce série 8 GTX
• GeForce série 9 GTX
• GeForce GTX 100
• GeForce GTX 200
• GeForce GTX 300
• GeForce GTX 400
• GeForce GTX 500
• GeForce GTX 600
• GeForce GTX 700
• GeForce GTX 800M
• GeForce GTX 900
• GeForce GTX 1000
• GeForce GTX 1600

As placas de vídeo da família RTX são bem mais recentes, sendo apresentadas ao público de forma simultânea com a série GTX 1600 em 2019. No entanto, RTX é um acrônimo para Ray Tracing Extreme, distanciando-se bastante da tecnologia anterior.

A sigla indica que a placa possui recursos dedicados exclusivamente ao processando de uma tecnologia chamada Ray Tracing, já utilizada há décadas pela indústria cinematográfica.

Seu principal uso é a criação de uma iluminação global realista, tornando ambientes em jogos cada vez mais parecidos com os filmes e, claro, com a realidade.

Em tradução livre para o português, o termo significa "Traçado de Raios" e, na computação, isso se refere à quantidade de raios luminosos que vão atingir em um objeto e iluminar a cena.

As placas de vídeo na família GeForce RTX possuem estruturas específicas em seu chipset, como os Núcleos de Ray Tracing (RT Cores) e os Núcleos Tensores, responsáveis por outra tecnologia: o Deep Learnig Super Sampling (DLSS) — ou "aprendizado profundo de superamostragem", em português.

Tratando-se de novidades, a NVIDIA já lançou as séries RTX 2000, RTX 3000 e a recente RTX 4000. Para os próximos anos, é esperado que a empresa continue atualizando a família, porém, ainda não há muitas pistas sobre qual tecnologia sucederá o Ray Tracing.

Em poucas palavras, o Ray Tracing tenta ao máximo imitar como a luz natural se comporta e aplica isso aos jogos.

Mas, antes de entender seu funcionamento, vale compreender como a iluminação das placas GeForce GTX funciona. A esse processo mais "normal', é dado o nome de Rasterização, presente em todos os jogos.

Para ilustrar um exemplo, imagine a perspectiva de um jogo em primeira pessoa. Logo a frente, há uma poça d'água e, ao fundo, o sol iluminando todo o ambiente. Se o personagem se movimentar, de modo que ele fique olhando de frente para a poça sendo iluminada pelo sol, é possível observar diretamente o reflexo. Basta fazer o experimento na realidade e perceber que a luz solar também refletirá parte do ambiente na água.

O truque da rasterização é que são os desenvolvedores do game que programam onde o reflexo será visto. Neste caso, o reflexo do personagem olhando no meio da poça. Se ele for movimentado para os lados e a visão continuar direcionada para a poça, ao invés da luz do sol refletir o ambiente conforme o movimento do personagem, haverá apenas a poça sem reflexos.

Isso acontece porque a rasterização só consegue produzir aquela imagem sob um único ponto de vista. Ou seja, o jogo foi programado para mostrar um único reflexo visto de uma única forma.

Por outro lado, o ray tracing é mais poderoso e não se limita a produzir imagens a partir de apenas um ponto de vista. A técnica permite mostrar como seria a iluminação mais verdadeira a partir de múltiplos pontos de luz presentes na cena, em diferentes posições. 

Fazendo a mesma analogia, o reflexo na poça pode ser vista de qualquer direção. Seja qual for a posição da câmera, a técnica levará os raios de luz da fonte luminosa para diversas direções, aproximando-se ainda mais da realidade

O Traçado de Raios é um recurso extremamente pesado para qualquer placa de vídeo, assim, para contornar esse problema, a NVIDIA criou o DLSS. Essa é uma tecnologia de redimensionamento de imagem que dá mais quadros ao jogador.

Basta pensar em um jogo rodando em resolução UHD (2160p) e com o RT. Mesmo uma placa topo de linha pode ter problemas para manter uma alta taxa de quadros. Nesse cenário, entra em ação o DLSS.

O recurso começará a reduzir a resolução para o QHD (1440p) ou Full HD (1080p), por exemplo, e depois a aumentará de volta para o UHD (2160P).

Nesse processo, uma Inteligência Artificial treinada e poderosa entra em cena, somada com aprendizado de máquina e diversos filtros para "reconstruir" os píxeis que faltavam na imagem.

Em resumo, o DLSS "reconstrói" uma imagem, alterando sua resolução e a renderizando novamente para o formato desejado. Isso pode trazer, em alguns casos, mais de 50% em ganhos de desempenho.

Por serem placas mais recentes, as placas de vídeo GeForce RTX possuem desempenho bem superior quando comparado com as GTX. 

Para termos de comparação, nenhuma variante da família GTX consegue rodar games em UHD (2160p) e qualidade gráfica máxima a mais de 30 quadros por segundo (fps), enquanto muitas variantes RTX já conseguem alcançar esse feito sem tanta dificuldade.

Não importa o tipo de GPU, os gráficos de um jogo serão os mesmos. Porém, as placas de vídeo RTX podem habilitar o Ray Tracing e oferecer um nível extra de realismo.

Em contrapartida, as variantes GTX não possuem as estruturas necessárias para ativar a tecnologia e, por isso, não conseguem oferecer uma experiência similar.

Mesmo que as mais recentes GTX 1600 tenham sido lançadas junto das RTX 2000 em 2019, a diferença de desempenho entre as duas linhas é bem expressivo.

Por conta disso, qualquer GeForce RTX, mesmo a mais básica, terá desempenho superior do que qualquer GTX e certamente durará muitos anos, contribuindo no fator de custo-benefício desses modelos.

Por serem "mais básicas", as placas GeForce GTX possuem preços consideravelmente mais baratos do que as RTX. Porém, assim como discutido no tópico anterior, a questão do custo-benefício ainda tem sua importância.

Apesar do desconto, os benefícios de uma placa de vídeo mais antiga pode não valer a pena no longo prazo, já que as linhas ligeiramente mais custosas não costumam possuir aumentos íngremes de preço. 

Além disso, poucas linhas GTX são vendidas oficialmente no varejo, com os modelos mais completos sendo encontrados com algum tempo de uso e, geralmente, com preços bem inflacionados.

Vale ressaltar que a discussão se aplica às alternativas de entrada, já que algumas das variantes RTX mais caras podem ultrapassar a barreira dos R$ 10 mil com facilidade.

Portanto, é seguro afirmar que as placas de vídeo RTX são superiores em todos os aspectos às variantes GTX — desde seu desempenho, recursos e longevidade, até o ocasional custo-benefício.

Para quem pretende se aventurar nas compras, a RTX 2060 acaba sendo a opção de placa de vídeo mais barata disponível, custando cerca de R$ 1.700, em média.

Já para as variantes GTX, o modelo mais completo vendido oficialmente fica para a GTX 1660 SUPER, encontrada até os R$ 1.400.

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